Nem tudo começa aqui e nem tudo acaba aqui

Uma viagem conduzida por:

quinta-feira, setembro 13, 2012

[ O Dia E A Noite ]



" Imagina se... eu te amasse...
Imagina se... de dia e de noite... te encontrasse...
Imagina se... o nosso olhar se abraçasse...
Se... eu te pudesse imaginar comigo... aqui e agora...
Se o Tempo não passasse de uma barreira passageira...
Se as distâncias não fossem apenas vislumbres do impossível...
Se... a solidão não fosse nossa companheira...
Se... se eu te amasse para sempre...
Se os meus olhos e os teus brilhassem na noite mais escura...
Se te beijasse no dia mais belo...
Ficavas comigo?"

domingo, julho 29, 2012

O Canto da Alma


" Ele era sómente Voz...
Dia e de noite cantava para que o ouvissem... aguardava uma resposta do outro lado...
Seria o último de sua espécie?
Os anos passaram sem que nem sequer um eco conseguisse ouvir...
Mesmo assim cantava... tanto quanto podia... mesmo sendo único... a sua Voz ficaria guardada e gravada no Tempo...
Um dia... um dia nunca mais se ouviu a melodia do desejo... do encontro...
As árvores souberam e silenciaram por instantes o vento que lhes fazia soltar os lamentos... sim porque as árvores também falam...
As ervas banais da calçada temeram, mais do que nunca, serem espezinhadas... desprezadas, ignoradas...
Da janela do teu quarto o céu pareceu menos azul do que alguma vez foi...
E julgaste encontrar, perdido na tua mente, aquele pássaro cantor que um dia te fez sonhar...
Sentaste-te na tua cama e choraste... choraste sózinho... mas as tuas árvores conseguiram ouvir-te...
Segredando-te que nunca estarias só... "

terça-feira, julho 10, 2012

O Bom Samaritano


- Que seria do mundo sem imagens? Que seria do mundo sem cores? Que seria do mundo sem a imaginação?  Vale a pena exaltar as emoções humanas em todas as formas em que se manifestem! Fotografa, pinta, costura, desenha, escreve... Salva um grafitti na parede, se te aprouver.

Clamara o ancião, com a voz a tremelicar para a montanha a nascente.


O espantado aprendiz viu o sol nascer nos olhos cinzentos do idoso, sobre os quais jorrou a luz da manhã.

E a manhã fizera-se tarde e a  tarde fizera-se noite.

O jovem permanecera obedientemente sentado no chão do terraço no último andar do arranha-céus, ao lado da cadeira virada para o negro maciço de montanhas. Cismava nas palavras do mestre, não se decidindo sobre se as mesmas seriam ou não uma armadilha para a sua juventude e inocência. Quando as estrelas se começaram finalmente a acender no céu, ousou finalmente pigarrear e tomar a palavra.

- Mas mestre, como irei eu exaltar as emoções humanas se não tenho uma máquina fotográfica, tintas para pintar, papel para escrever?...

O idoso sorriu complacente.

- Acaso não tens os teus olhos para pintar a paisagem, para fotografar os mínimos detalhes do horizonte, o discernimento para acenderes palavras de beleza e assombro na tua cabeça?

O rapaz hesitou.

- Sim, mas...

O velho sorriu.

- Enquanto exaltares a beleza do mundo através de todos os teus sentidos, serás os olhos, o nariz, o palato, a pele e o som do universo.

Tudo O Que És...



" O teu Caminho pode não ser o que escolheste... mas tu não sabes...
Escondes-te na sombra da noite... algures... mas é segredo... eu sei...
És o mágico, o enigma... insustentávelmente buscas o que nem tu próprio sabes...
Talvez seja que ser assim...
E de novo aquela melodia distante chama pelo teu nome... lá longe onde o Mar abraça a Terra... lá onde é o teu lugar..."

sábado, junho 02, 2012

Renascer



" De novo sentiste o renascer... a descoberta... a certeza de coisas que sempre soubeste...
E passo a passo... fazes parte desse grupo que protege a tua Casa, o local onde te foi concedido habitar... tudo está a mudar... em ti"

terça-feira, maio 01, 2012

" Prometes?"



" Não me perguntes o que me faz escrever-te...
Talvez seja esta a única forma de Eternidade que conheço...
Talvez seja a imagem que me faz pedir-te a promessa de nunca mudares...
Eu sei... eu sei... que pode parecer impossível prometermos algo para SEMPRE...
Mas não te peço muito, só te peço para hoje dizeres que sim...
Mesmo que amanhã seja diferente...
Promete-me hoje...
promete-me hoje como se fosse para SEMPRE...
Outra coisa...
promete-me com o olhar...
os olhos não mentem nunca...
sabes disso... "

terça-feira, abril 24, 2012

As Tuas Mágicas Tardes...






"As tuas mágicas tardes foram para mim as manhãs dos sonhos meus... sabes bem isso...
É naquela luz que sempre nos recordaremos...
Prometeste... lembras?
Não, não fui eu que pedi para não esquecer... foste tu...
Eternamente, seguirei as melodias dos entardeceres, onde sómente tu habitas... sem o saberes...
Pergunto-me, porque não consegui dar-te a conhecer os poemas que te escrevi... em segredo...?
Hoje ao caminhar naquele lugar... sorri-te...
Senti o toque das tuas mãos de novo... sem me tocares...
Mas o voo dos pássaros não foi o mesmo...
Olhei o brilho da tarde nas águas... mas faltou o teu abraço..."



sexta-feira, abril 06, 2012

Carta a um Desconhecido



" Eu serei a tua alma, o teu vislumbre...
À noite relembro-te sem nunca te ter visto...
Bate nas minhas veias o pulsar do desconhecido habitante do deserto...
E nas tardes em que te sonho...
nas luzes da minha cidade...
ecoa a tua saudade...
pulsa o Mundo a teus pés, mas hoje não sentes as suas preces...
De pedra é a tua pele,
De pétalas o teu coração...
És tu que te escondes... não o teu mundo...
E rodopias no frenesim da música que se espalha no deserto imenso...
Queres esquecer quem és...
E o Mundo não pára...
...
E... se de repente...
do lado de lá...
esteja alguém semelhante à tua imagem?
Mergulharias no imenso oceano desconhecido?
Neste momento, tocas as águas das mágoas e tentas esquecer-te de ti...
Lá longe... para lá do horizonte... o imenso deserto apagou as tuas pégadas...
E a tua vida continua... "

segunda-feira, abril 02, 2012

Psico - Realidade


" Acordamos dos sonhos ou sonhamos que acordamos?
Tudo passa... igual, diferente e indiferente...
e quando damos por nós...
adormecemos de novo...
Sonhando... que acordamos...
De tão certeza temos, daquilo que entendemos por certo...
Criámos uma realidade... por certo... sonhada..."

domingo, fevereiro 12, 2012

[ Incessantemente ]





" Caminhas de novo à beira mar como em tempos... tu bem sabes...
As tuas perguntas de hoje, ecoam no passado em que, sem o saberes, respondias na perfeição... 
Cada vez mais te questionas quem és tu... ou... talvez não passe de cansaço...
Como tudo se repete... e repete... e repete... incessantemente...
Como o Mundo em que habitas está cansado dessa repetição... ou, talvez sejas sómente tu a te cansares de o ver repetir-se...
Hoje, para ti próprio, não há luar, mesmo que a Lua brilhe...
Amanhã o Sol iluminará as pedras da calçada, mas não a tua alma..."











segunda-feira, fevereiro 06, 2012

Universos Paralelos

Às vezes pergunto-me porque razão não será tão simples como o acto de atravessar uma porta... Se fosse possível chegar ao fim do corredor e encontrar-me do outro lado... Sentirá esta mesma angústia o meu Eu do outro lado? Quão diferentes seremos nós na verdade? Enquanto eu passo a mão pelo queixo com a mão direita ele cofiará a barba com a mão esquerda, num reflexo perfeito daquilo que sou? Terá ele conseguido evitar todos os erros por mim cometidos? Tardará muito o dia em que finalmente acabe por surpreender o meu reflexo num gesto em falso? Será esse momento a almejada porta de entrada?

quarta-feira, janeiro 25, 2012

Pórtico para Fantásmia




Não conseguiria dizer quanto tempo passara de pé, imobilizado diante do
pórtico, com a maresia a adocicar-lhe a respiração, a ouvir o som do vaivém das
ondas como um metrónomo a marcar o ritmo à grande melodia cósmica. O tempo
parecera imobilizar-se consigo. O dia transfigurara-se em noite, sem que desse
por isso. As luzes da povoação lá em baixo iluminavam espectralmente os céus.
Da ancestral igreja restavam apenas ruínas. Ruínas duma ruína, pois o pórtico
era bem mais antigo do que as paredes que se esboroavam pelo chão. Várias
religiões haviam feito daquele lugar de culto para diferentes divindades.
Sentiu a pele arrepiar-se ao pensar em todos aqueles, sangue do seu sangue, que
se teriam ao longo de incontáveis eras apresentado solenemente perante aquela venerável
arcada. Sabia que todos haviam regressado de cabeça baixa e ombros descaídos.
Gerações de candidatos que haviam falhado a passagem. Seria a suprema vergonha
ver-se obrigado a perpetuar o nome da sua família, gerando um filho que um dia
se apresentasse também diante daquele arco imemorial. Todos os outros clãs
haviam já abandonado esta terra, apenas a sua heráldica não conseguira ainda
empreender a grande travessia. Não se despedira nem do pai nem do avô, não
toleraria ver a esperança a brilhar-lhes nos olhos. Fitou as desgastadas pedras
até finalmente distinguir o reflexo da fosforescência do brilho de Fantásmia.
Só então avançou de passo firme, ficando encadeado com a luz envolvente.
Percorreu-o uma estranha sensação de calma e tranquilidade. Uma serenidade como
nunca antes sentira relaxou-lhe o corpo dos pés à cabeça. Ainda cego pelo
brilho das estrelas, ouviu uma voz sábia dizer "Bem-vindo a casa."

sábado, janeiro 21, 2012

Para Lá Do Tempo



" Ninguém te disse que iria ser fácil... dizer adeus... sabes tão bem quanto eu...
Para lá do Tempo há uma outra forma de existência, de estar, de sentir e ser...
Sabes... é-te permitido, por breves instantes, quando sonhas... entrar...
É um lugar para além de ti próprio...
É o lugar que profetas, nos primeiros Tempos da Humanidade, escreveram...
É... um som de silêncio... e Luz...
É o lugar onde dar as mãos é criar mundos e sonhos...
Um dia, prometo, te encontrarei lá... e de mãos dadas o Tempo iremos contemplar... "

Arquivo do blogue