Nem tudo começa aqui e nem tudo acaba aqui

Uma viagem conduzida por:

sexta-feira, outubro 31, 2008

Anfitrião


Por vezes as coisas parecem tão obviamente reais que se torna absurda a sua por demais evidente irrealidade.

Assim como dentro dum sonho podemos sonhar que estamos a sonhar, também em certas ocasiões podemos na vida real ter a sensação de que assistimos à nossa própria vida como um espectador privilegiado.

Nada mais difícil do que ser designado o anfitrião numa inesperada visita guiada à nossa própria vida.

Mas ao fim e ao cabo todos temos de estar nalgum lugar nalgum determinado momento, certo?

quinta-feira, outubro 30, 2008

[ O Lugar Onde Te Imaginei... ]


"Tu e eu sabemos o lugar que nos pertence,
Lado a lado com os sonhos que, sofregamente partilhámos...
A Eternidade foi por nós vivida... silenciosamente...
Era este o lugar que te imaginei, lado a lado... "

terça-feira, outubro 28, 2008

Existir


...e os pássaros cantavam, os rios rumorejavam, os ramos das árvores assobiavam uma qualquer melodia ensaiada pelo seu maestro o vento e até as pedras (embora permanecendo na eterna imutabilidade do seu silêncio) pareciam felizes por conhecerem aquele dia.

domingo, outubro 26, 2008

A Mensageira...


" Se um dia voares até mim, conta-me a tua história... "
.

sábado, outubro 25, 2008

Um Tempo de Mar


É o Tempo,

É o teu Tempo,

Na imensidão que olhaste tantas vezes...

Vislumbras o exacto momento,

Em que um abraço de maresia,

Te levou ao coração do Mundo.



De novo tocaste um imenso Mar,

Onde a voz dos deuses se fazem ouvir...

E... tu sabes...

Um Tempo de Mar...

É o silêncio das palavras que não podem ser ditas...

domingo, outubro 19, 2008

Antes que anoiteça


Por vezes tenho a sensação de que tudo à minha volta está no seu devido lugar... arrumado e guardado exactamente onde era suposto estar.

Nem sempre me parece correcto o local onde encontro arquivadas algumas das histórias, episódios e pequenos nadas dos quais se fez o meu caminho.

Por outro lado, não consigo deixar de encontrar uma insólita justeza e poética ironia no destino final de algumas das minhas expectativas e esperanças.

Tudo é cíclico, embora nada se repita.

Nunca vi dois pôr do sol iguais, o que, a bem dizer, não é digno de grande espanto, já que eu sou o denominador comum entre todos os pôr do sol a que assisti.

A fúria do mar estará em eterna desvantagem perante a serenidade do Tempo.

sexta-feira, outubro 10, 2008

Marítima sonolência


Longe de tudo, mais perto de mim.

Ainda assim, é difícil quebrar o transe do murmúrio do mar.

A hora é duma vaga e incerta melancolia... as vagas são elas próprias descompassadamente melancólicas e incertas.

Olhando a vila lá longe, onde a vida acontece, com os seus risos e atractivas luzes, não podia sentir-me menos grato pelo ermo e desamparado lugar onde me encontro.

Será que alguém sentiu a minha falta neste fim de tarde, princípio de noite?

Resta-me a solitária consolação de que pelo menos a fria maresia não se esquece de mim...

quarta-feira, outubro 08, 2008

A Voz Da Mente


"A voz da mente ecoa fora e dentro de nós... atravessa, cidades, oceanos, planetas... e algures dentro de nós mostra-nos a Luz do longínquo universo, de onde um dia partimos..."

domingo, outubro 05, 2008

O todo que cabe dentro do Todo


Não foi mais do que um breve momento. Estar num país estranho torna-nos também um pouco estrangeiros de nós próprios, o que explica a forma atarantada como eu cirandava pelas ruas. Eu parara no meio da rua para fotografar uma coisa qualquer, talvez um candeeiro ou um edíficio mais exótico. Inicialmente, não me apercebi da sua presença. Ela esperou que eu fizesse a fotografia e surgiu por detrás de mim. Olhou-me nos olhos e sorriu, esgueirando-se pela esquina mais próxima. Tão somente isto. E, porém, lembro-me tão bem do seu sorriso e do brilho nos seus olhos... Se não me engano enchiam por completo o todo que cabe dentro do Todo.

quarta-feira, outubro 01, 2008

O Despertar da Madrugada


" Todos aguardavam pela anunciada miragem que na primeira madrugada de Outono se materializava no horizonte...
Seria a visão que enganava os sentidos? Ou os sentidos que enganavam o que víamos?
Pouco importava se era uma coisa ou outra, todos nós ali estávamos de pedra e cal para assistir ao fenómeno do "Despertar da Madrugada" como chamaram os primeiros aldeões do vale de Syre.
Todos nos mantivémos em silêncio... quando de repente lá bem longe, o reflexo do sol ao ser reflectido nas nuvens deu à Terra uma côr púrpura a tudo quanto tocava... era essa a côr do "despertar da madrugada" como os antigos tinham chamado... era essa a côr dos deuses e o sinal que tudo estaria em Paz por mais Um Tempo..."

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